Ele
já sabia. Seu andar despretensioso e seu sorriso cínico podia enganar todos,
mas ele sabia. Ele era culpado e não dava a mínima para isso. Ele o fez por puro
prazer. Ele não tinha motivo para se arrepender. Ele era uma pessoa feliz.
Não
podia confiar em pessoas que gostavam de mim. Eu já sabia o que podia se esperar
de mim. Não fui colocado neste mundo exatamente para trilhar os ensinamentos de
Cristo, sempre achei. Queria poder ser um ateu mais convicto, ou quem sabe um
religioso com mais fé. Mas continuava acordando todos os dias de manhã sem
saber se agradecia a Deus por mais um dia ou se lamentava de não ter tido
alguma forma de morte silenciosa enquanto dormia. Não quero ser dramático, mas
a convencionalidade melancólica de minha vida me incomodava. Eu simplesmente
não conseguia entender como as pessoas conseguiam ser tão felizes com esta vida
de merda que vivem.
Não
odiava a vida, pelo contrário, olha tudo o que se pode fazer dela... e que não
fazia! Faltava fazer algo. Minha vida era um desperdício. Mas tudo pode mudar
de uma hora para outra para quem tem sorte, fortuna.
Você só sabe quem é de fato quando começa a viver. Alguns – a maioria
certamente – morrem antes. Mas um meteoro atingiu a mediocridade de minha vida
colocando fogo no gelo do cotidiano. Eu tinha um trabalho burocrático num
escritório de um grande prédio no centro da capital. Eu era muito bom no que
fazia e isso era o suficiente para que eu continuasse fazendo. Eu me sentia
seguro e infeliz, portanto, era bem sucedido.
Meu
trabalho ocupava boa parte de minha vida, uma calculada rotina. Eu tinha vida
social (é estranho que não se tenha nenhuma vida social e, portanto, é seguro
manter um mínimo de contato com as pessoas), embora não ousasse me aventurar em
relacionamentos pelo perigo que representavam. Eu tinha medo demais para abrir
mão do que já tinha em nome de algo tão incerto quanto o amor. De qualquer
forma eu não tinha muito jeito com as mulheres e nunca tive chance com as
mulheres pelas quais realmente senti algo (ou as que eu realmente queria comer,
pelo perdão da sinceridade). Um pouco constrangedor falar de mulheres para mim,
na verdade. Freud diria que minha vida sexual/amorosa era a principal raiz de
minha frustração e, talvez, no fundo, ele estaria certo. Não quero, no entanto,
transformar isso em lamentações pseudo-psicanalistas de mesa de bar, mas
confesso que citar Freud me fez sentir um pouco menos envergonhado de minha
condição em relação a isso. A ciência também serve para essas coisas.
Mas
tudo mudou. Eu nunca percebera antes, mas minha frustração em relação ao meu
pau, às mulheres e a bosta de minha vida podiam ser canalizadas em outras
coisas. Foi quase como minha primeira ereção, só que melhor e mais empolgante.
Eu fiquei realmente excitado. Mas não é uma prática muito aceita e eu precisei
ter cautela.
Agir
com cautela significa esconder suas vontades. Esconder suas vontades significa
agir de acordo com o que esperam de você. Viver de acordo com o que esperam de
você significa viver exatamente como eu já vivia. Mas eu fiz melhor. Como
estava feliz e empolgado com minha descoberta, realmente me dediquei àquelas
coisas que sempre odiei. Elas pareceram até mesmo menos tediosas do que eram.
Eu conheci the bright side of life.
Eu vi bebês chorarem e as cores do arco-íris, que vida maravilhosa! Sim, até
comecei a ouvir jazz e, embora não entendesse completamente, eu sentia sua
beleza e alegria.
Ah,
a descoberta! Foi num domingo. Eu sempre tive depressão nos domingos, pois
neles eu era obrigado a enfrentar a realidade de que eu trabalhava e trabalhava
por um salário que eu poderia gastar para aproveitar os domingos, mas que ao
contrário da expectativa eu desperdiçava lamentando que no dia seguinte eu
voltaria a trabalhar num emprego que odiava. Mas nada de interessante nisso,
quase todos que eu conhecia se sentiam do mesmo jeito em relação aos domingos,
segundas e todos os outros dias da semana.
Mas
aquele domingo foi diferente. Eu vivia sozinho em uma casa. Meus colegas diziam
que era perigoso viver sozinho em uma casa por causa da violência e eles
estavam certos, afinal já tinha sido assaltado duas vezes. Mas eu não dava a
mínima, quero dizer eu tinha medo, mas eu tinha pavor de morar em apartamentos.
Apartamentos obrigam interação social, obrigam que você veja pessoas nos
elevadores, que você pergunte sobre o filho da vizinha do 102 para quem você
não dá a mínima (afinal se você pega um elevador no décimo andar, os segundos
até chegar no térreo são eternos e você precisar falar qualquer merda), obriga
que você cumprimente o porteiro quando você sai... e quando você volta. É
ridículo, artificial e deprimente. Em uma casa morando sozinho você pode pelo
menos sofrer a vida em paz.
Chovia
neste domingo. Passava jogo de futebol na TV, era final do campeonato de
futebol. Eu gosto de futebol, mas como meu time já havia sido eliminado do
campeonato eu nem liguei a TV e ao invés disso peguei uma cadeira e me sentei
no jardim da frente de casa com uma garrafa de cerveja gelada (dava até pra ser
um pouco feliz nos momentos de embriaguez) para ficar observando a rua vazia
(em domingos de jogos importantes as ruas ficavam desertas). Eu escolhi o time
errado, o deus errado, a profissão errada e aparentemente o pedreiro errado: o
jardim da frente tinha uma cobertura de telhas. Eu havia tido problemas de
goteira, por isso recentemente contratei um pedreiro para que resolvesse este
problema. Acontece que agora que sento em minha cadeira no jardim eu percebo
que ele não resolveu... De qualquer forma continuei sentado com as gotas caindo
na minha cabeça, eu não estava dando a mínima.
Foi
quando uma gritaria e barulhos de rojões quebraram o silêncio do deserto das
ruas. De dentro das casas pessoas em êxtase comemoravam a conquista do título.
Aquilo era deprimente para mim, nada me deixava mais triste que a felicidade
alheia quando EU não podia estar feliz. Atravessando a rua apareceu um pequeno
cachorro, acho que não era filhote, mas era pequeno. Um vira-lata branco com
manchas marrons, ele tremia de medo com todo aquele barulho de rojões. Eu já
estava um pouco bêbado e aquele cachorro me pareceu engraçado e me trouxe uma
estranha felicidade dentro da alma. Acuado pelo medo ele acabou entrando em meu
jardim. Foi quando percebi que o que me deixou feliz era seu medo. Aquele
tremor, o pavor em seus olhos me deu um indescritível prazer. O cachorro veio
até mim, ele achava que eu podia protege-lo de uma ameaça que só existia em sua
cabeça. Eu estava bastante bêbado na verdade. Eu peguei o pequeno cachorro no
colo e o levei para dentro de casa.
O
cachorro tentava se esconder embaixo dos móveis e tremia muito. Eu comecei a
gargalhar como uma criança e lembrei que tinha guardado alguns rojões para
soltar quando meu time fosse campeão. Pra falar a verdade eu não sabia se eles
ainda funcionavam. Estavam guardados há muitos anos dentro de uma caixa em cima
do armário do quarto. Coloquei uma caixa de fósforos da cozinha no bolso e
levei uma cadeira para o quarto para alcançar o topo do armário e pegar a
caixa. Na primeira tentativa eu tropecei da cadeira e levei um baita tombo
batendo as costas com força no chão. O cachorrinho ficou assustado com o
barulho e foi até perto de mim. Olhei para ele e comecei a rir sem controle.
Cara, como eu estava bêbado e feliz naquele momento! Tentei subir de novo na
cadeira e consegui puxar a caixa. Ela estava toda empoeirada e me ocorreu que a
faxineira provavelmente nunca tinha limpado encima daquele armário,
“vagabunda!”, pensei, enquanto ria e olhava para os olhos assustados do
cachorro.
Coloquei
a caixa sobre a cama e retirei um rojão de dentro. Meu pai havia me ensinado a
soltar rojões há muitos anos quando meu time fora campeão pela última vez. Acho
que eu tinha uns dez anos. Minha mãe não gostava daquelas coisas, mas eu
adorava. Foi a única vez que soltei em minha vida, mas não era algo que exigia
muita técnica ou habilidade o que se evidenciava pelo fato de tantos imbecis
estarem vagando embriagados pelas ruas da cidade soltando milhares de rojões
para comemorar a conquista de seu clube. Aqueles babacas!
Eu
acendi um dos rojões e apontei para o cachorro que corria pela casa assustado.
Ele não sabia se se escondia embaixo da cama, ou se vinha procurar proteção
perto de mim. O primeiro rojão explodiu com violência no canto da sala, a uns
dois metros do cachorro. Você faz ideia do barulho que um rojão faz quando ele
explode dentro de uma sala fechada? Cara, pensei que o cachorro ia morrer.
Nunca tinha visto tanto medo quanto o medo que vi nos olhos daquele cão e nunca
sentira tanto prazer em minha vida. Nunca estivera tão feliz.
Acendi
um segundo rojão e tentei atirar contra o cachorro novamente, mas errei feio e
acertei o sofá. Achei que ele ia entrar em chamas, mas nada demais aconteceu.
Peguei um terceiro rojão e acendi, mas ele não disparou. Nesta hora fiquei
muito irritado com a sorte do cão. Meio que sem pensar fui até a cozinha e
peguei embaixo da pia uma garrafa de álcool. Eu estava tão bêbado que precisei
me sentar no chão para conseguir pegar a garrafa. Quando o cão me viu sentado
no chão foi correndo para o meu colo e se enrolou sobre mim buscando proteção.
Seria comovente para muitas pessoas, para mim foi uma imagem patética.
Aproveitei que ele estava lá e despejei a garrafa de álcool toda sobre ele,
tomando cuidado para que eu também não me molhasse (mas acabei me molhando um
pouco, eu não estava dando da mínima). Tirei o cachorro do colo, acendi um dos
fósforos que estavam no meu bolso e lancei no cachorro encharcado de álcool.
Foi quando vi um delicioso espetáculo de luz e sofrimento. O cachorro corria pela
casa com seu corpinho ardendo em chamas, não tinha nada que ele podia fazer.
Bom,
se não ficou claro pra você ainda, eu sou sádico. Eu não sabia disso até aquele
domingo. E minha vida mudou para melhor. Aquele cachorro foi apenas o primeiro.
Depois dele torturei e matei muitas aves, cachorros e gatos e até um cavalo. Eu
tinha uma grande quantia de dinheiro guardada que eu não sabia para que usar.
Comprei um pequeno sítio bastante afastado de tudo, que eu usava para levar
animais e torturá-los. Além da vantagem de ser afastado, não era incomum
aparecer animais no sítio já que ele ficava praticamente no meio da mata. Eu
até aprendi a caçar para poder capturar animais da região que podiam ser usados
para meu prazer. Disse aos meus colegas que me sentia bem em contato com a
natureza e por isso comprei aquele sítio. Eles acreditavam e até invejavam
minha bonita proximidade com a natureza. Eu continuei seguindo minha vida como
antes, mas nunca trabalhara com tanto gosto, nunca tive tantos sorrisos. Meus
colegas brincavam que eu estava apaixonado e de certa forma eles estavam
certos. Eu me apaixonei pela vida, pois encontrei nela um sentido.
Mas
dois anos depois de minha descoberta um sentimento de monotonia começou a tomar
minha vida. Não que eu não me divertisse mais torturando aqueles animais, mas
começou a ficar repetitivo, banal. Eu já sabia qual reação esperar depois de
enfiar uma faca em qualquer lugar que fosse do corpo de um gato. Não sentia
mais tanto prazer, parecia faltar algo. Foi quando comecei a cogitar ampliar as
experiências. Me parecia cada vez mais fascinante pensar como seria torturar um
outro tipo de animal, um ser humano.
Mas
eu sabia que era muito perigoso. As pessoas não davam a mínima para animais,
elas comem vacas e não estão nem aí. E pouco se importam com cachorros e gatos
desde que não sejam seus cachorros e gatos e desde que eles não apareçam sendo
torturados num vídeo do youtube. Pra ser sincero eu não gostava do sentimento
de medo, da possibilidade de um detetive bater em minha porta perguntando sobre
a morte de alguém. E com certeza isso nunca aconteceria enquanto eu continuasse
matando animais não humanos. Mas eu precisava disso. Eu sentia até que podia
morrer depois de fazer isso. E a ideia foi se maturando.
Depois
de pesquisar bastante notícias de jornal descobri que era relativamente comum a
tortura e assassinatos de mendigos para fins recreativos (afinal de contas eu
não sou o único sádico do mundo), homens de rua sem nome e por quem ninguém se
importava. Eram raros os casos em que o crime tinha punição. Em geral não havia
nem investigação. A ideia pareceu boa e eu comecei a estudar o caso.
Durante
alguns dias eu perdi horas andando pelas ruas da cidade atentando onde mais
havia mendigos. Depois de semanas conclui que havia um beco isolado da cidade
há pouco mais de um quilometro da ponte que dava para a região leste onde
mendigos passavam suas noites. O bom deste lugar é que em geral só se
encontravam no máximo três mendigos. Não teria muita tranquilidade se fosse num
lugar cheio de mendigos, poderia ser perigoso.
Naquela
noite resolvi executar meu plano. A ideia era torturar e assassinar o mendigo
no próprio local. Se tivessem mais mendigos eu os mataria rápido, deixando
sobrar apenas um com o qual eu poderia me divertir. Parecia um plano perfeito.
Já se passava da meia noite quando estacionei meu carro próximo a ponte e fui
caminhando até o beco. Eu sabia que não era muito seguro deixar o carro
estacionado naquele local, àquela hora. No entanto, seria muito arriscado ir
com o carro até o beco. Vejam bem, eu não sou um criminoso, mas tenho que
pensar como tal se quiser satisfazer meus desejos. Era a parte que eu menos
gostava, de ter que agir sorrateiramente, com cuidado para não ser pego, como
um bandido. Eu queria que essa minha vontade fosse garantida pela constituição,
embora eu compreendesse que havia motivos para que proibissem isso.
Eu
fui andando rápido até o beco, já havia passado várias vezes por lá nas últimas
semanas e embora nunca tivesse sofrido qualquer tipo de violência eu sabia que
não era um lugar seguro, eu era exemplo disso. A rua que levava até o beco era
escura e suja. Eu não dava a mínima. Eu estava determinado. Quando cheguei na
boca do beco eu me dei conta de que havia esquecido os instrumentos que usaria
para a diversão, uma enorme cagada! Percebi que estava bastante nervoso, mas ao
mesmo tempo empolgado. Voltar e pegar a mochila era uma opção, mas pude ver
neste momento que um dos dois mendigos que se encontravam naquele beco naquela
noite havia percebido minha presença. Não havia tempo. Eu carregava sempre em
meu bolso um canivete. Não era o melhor instrumento para se usar neste tipo de
atividades, mas era o que eu tinha. E além do mais era um bom canivete. Um bom
canivete azul que eu havia ganho de presente de meu vô. Meu avô era médico e
lembrar disso na hora me pareceu irônico.
Como
eu disse antes, a ideia era matar um mendigo e deixar o outro vivo para que eu
pudesse torturar sem ser incomodado. Por isso eu fui em direção ao mendigo que
notou minha presença, segurei-o de costas para mim e com o canivete eu cortei
seu pescoço. Ele morreu bem rápido e eu me sujei um pouco de sangue. Aquilo me
trouxe um enorme prazer, mas eu precisava de mais. Vi o outro mendigo caído no
chão dormindo tranquilamente e por um momento achei que aquele meu canivete
realmente não seria o suficiente para garantir toda a diversão, mas ainda assim
decidi por não voltar, tinha medo de perder a oportunidade, que ele acordasse e
fugisse. Teria que ser feito com o canivete. Era um bom canivete azul dado pelo
meu vovô.
O
mendigo estava dormindo e acordou com sua virilha sendo perfurada pelo
canivete. Me deitei sobre ele e tampei sua boca enquanto enfiei a lâmina do
canivete com certa delicadeza em sua virilha. Seus olhos de dor e terror! Oh,
seus olhos, quanto prazer senti! Quando brincava com animais eu sempre tomava
cuidado para evitar órgãos mais importantes ou artérias o que fatalmente
reduziria o tempo de diversão, usei as mesmas técnicas com o mendigo e percebi
que no final das contas não era tão diferente dos animais. Com a exceção de
suas expressões, essas eram geniais e maravilhosas, muito melhor que nos outros
animais. E quando eu o deixava falar? Suas súplicas, seu hálito de álcool
implorando para que eu o matasse logo. Foi a melhor noite de minha vida. Não
dei conta do tempo, passei a noite inteira torturando-o e quando percebi já
começava a amanhecer. Junto com os primeiros raios de sol fui acometido de um
enorme medo. Eu não estava sendo precavido. Era para eu ter voltado para o
carro muito antes, mas não podia prever que teria tanta diversão.
Terminei
com a vida do mendigo que já há algumas horas só se sustentava por um fio, foi
um alívio para ele, claro. Não era como eu havia planejado. Em geral, eu não
dou um último golpe de misericórdia, eu torturava até que os animais não
aguentassem mais e morressem da própria tortura. Mas desta vez eu não tinha
opção. Guardei o canivete e fui a passos rápidos em direção ao local onde havia
estacionado o carro. Enquanto andava eu percebi que minha roupa estava toda
molhada. Eu estava suado e todo molhado de sangue. Eu estava ofegante e
cansado, a tortura havia tirado toda minha energia. Aquele quilometro até o
carro me pareceu uma trilha sem fim. O sol ficava forte rápido e já se ouvia o
barulho do movimento da manhã. Eu estava ferrado.
A
luz do sol me evidenciava, parecia um zumbi que acabara de devorar sua vítima.
Eu só queria entrar no carro e voltar logo para casa. Todo o prazer que sentira
aquela noite havia sido substituído por medo. Quando cheguei no estacionamento
ao lado da ponte eu não pude ver o meu carro. Não poderia, ele não estava lá.
Eu estava fodido! Entrei em desespero. Eu estava com muito medo. As ruas da
cidade ainda estavam vazias, poucos haviam saído para o trabalho. Lembrei
subitamente que dentro de uma hora eu também teria que estar saindo para o
trabalho.
Foi
quando vi que talvez Deus não me odiasse. Não, Deus me amava, pois ele me
mostrou o sentido da vida e agora a salvava. Deus estava de acordo com minha
vida, Ele só queria minha felicidade. Eu estava feliz e a partir deste dia me
tornei um homem religioso. Um sádico religioso, pois Deus me mostrou que não
havia contradição nisso. Eu estava livre a aliviado. Vi que meu carro na
verdade estava parado no lugar onde o deixei, um milagre! Um minuto atrás ele
não estava lá, eu tenho certeza disso. Entrei no carro e fui direto para casa.
Se demorasse alguns minutos a mais encontraria as ruas entupidas de estúpidos
trabalhadores indo ganhar seu pão.
Cheguei
em casa sem problemas. Tomei um banho, me livrei das minhas roupas e me arrumei
para o trabalho. Eu estava feliz! Cheguei adiantado na empresa. Fui até a
máquina de café, lá estava João, um de meus colegas.
-
Chegou mais cedo hoje.
-
O tráfico ajudou – respondi.
-
Você está muito bem, parece estar bastante feliz. Diga, quem você comeu esta
noite? – disse rindo.
-
Esta noite, João, eu conheci a Deus.
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